Gambrinus, o Rei da Cerveja – Mito ou verdade, realidade ou ficção?
A história da cerveja remonta à época da Mesopotâmia e do Egito Antigo. Os primeiros registros de fabricação da bebida têm aproximadamente 6 mil anos. É verdade que ela era bem diferente da consumida atualmente, mas a base do produto era a mesma: cevada fermentada. No entanto, há quem atribua a sua criação a um personagem mítico: Gambrinus, o Rei da Cerveja.
Com a expansão do Império Romano, a cerveja chegou à Britânia (atual Inglaterra) e à Gália (atual França), entre outros lugares. Durante a Idade Média, as cervejas passaram a ser fabricadas nos conventos devido ao papel cultural e social que exerciam na época e os monges aperfeiçoaram a técnica de fabricação da bebida. Após o século XI, os artesãos das cidades também começaram a produzir cerveja e, no século seguinte, pequenas fábricas foram surgindo nas cidades europeias.
Com a popularização da bebida, também foram tomando forma teorias e histórias sobre seu surgimento que deram origem à figura de Gambrinus, o Rei da Cerveja. Há muitas lendas sobre esse personagem, mas será que há algum fundo de verdade nelas? Quer conhecer algumas delas? Então continue lendo para descobrir.
Gambrinus, o Rei de Flandres
Segundo essa lenda, Gambrinus seria o rei do povo de Flandres, região que atualmente está distribuída entre Bélgica, Holanda e França. Ele seria o líder dos cervejeiros dessa região e capaz de transportar um barril de cerveja sozinho, o que teria lhe rendido também o título de “Rei da Cerveja”.
Acredita-se que sua inspiração venha de João I, Duque de Brabant (1253-1294), que ficou conhecido por sua força física e bravura nas batalhas, por conquistar a província holandesa de Linburg e por ter vários filhos ilegítimos. Dizia-se que ele era capaz de beber 144 pints de cerveja em um único banquete.
Também há quem acredite que que a inspiração tenha vindo de John, o Destemido (1371-1419). Ele foi duque na região de Borgonha, na França, e herdou o título de Conde de Flandres em 1405. Teoricamente ele teria introduzido o uso do lúpulo nas cervejas de Flandres e instituído a Ordem do Lúpulo.
Um pacto com o diabo
Uma lenda mais sombria diz que Gambrinus seria um homem bonito, mas pobre, que se apaixonou por Flandrine, filha de seu patrão. Por ter sido rejeitado por ela, fez um pacto com o diabo para conquistá-la. O diabo então apresenta-lhe a cerveja, ensina-lhe a produzi-la e a construir uma cervejaria.
Com o sucesso da empreitada, o Rei da Holanda concedeu-lhe o título de Duque de Brabant. Flandrine então decide aceitá-lo, mas a cerveja o fez esquecê-la. Trinta anos depois, o diabo volta para cobrar a alma dele, mas Gambrinus o hipnotiza tocando um carrilhão e adia o recolhimento de sua alma até a data da sua morte. No entanto, quando ela chega, o diabo só encontra um barril de cerveja em seu lugar.
De onde veio o nome Gambrinus
Gambrinus seria uma evolução da forma latina do nome João I (o Duque de Brabant), que soava como “Johannes Primus”. Outra hipótese para explicar o nome Gambrinus seria uma derivação da cidade de Cambray, conhecida por produzir cerveja e pelos “gambarius” que trabalhavam nas cervejarias. Há ainda uma que supõe a origem na palavra germânica medieval “gambra”, que significa “germinação de grãos” ou em “kamba”, nome celta do caldeirão onde o mosto era preparado, e outra que acredita que deriva de “cambier”, nome dado aos produtores de cerveja do norte da França na Idade Média.
Além dessas, há quem defenda que a origem está no nome do povoado Gambriffius, que habitava terras germânicas. E há ainda a possibilidade de não ser exatamente uma pessoa, mas uma frase latina: gáneae birrinus, que significa “bebedor em uma taverna”.
Outras histórias
Além dessas, há ainda outras histórias sobre Gambrinus. Em uma lenda alemã, ele teria se casado com Isis, a deusa da fertilidade e recebido dela a cerveja como presente. Em outra versão ele seria o cervejeiro pessoal de Carlos Magno. E há quem acredite que seja só uma jogada de marketing para popularizar a bebida e alimentar o assunto na mesa do bar.
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