FinançasRenda Fixa

Índices de renda fixa no Brasil

Assim como a B3 calcula diversos índices que tentam capturar o desempenho da renda variável no Brasil, a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) calcula os principais índices que refletem a situação da renda fixa no Brasil.  A Anbima tem a proposta de representar as instituições que compõem o mercado financeiro no Brasil: bancos, gestoras, corretoras, distribuidoras e administradoras.

A Associação reúne os diferentes perfis de títulos públicos brasileiros com prazo de vencimento superior a um mês disponíveis no mercado e calcula o desempenho deles. Além disso, separa diversos subgrupos de acordo com o tipo de título, prazo de vencimento e remuneração. Isso ajuda a entender melhor as sinalizações do mercado relacionadas à renda fixa. Também serve como parâmetro para avaliar diversos tipos de investimento.

Pode parecer estranho em um primeiro momento falar em “desempenho da renda fixa”, uma vez que a ideia geral que se tem sobre essa classe de ativos é que é um tipo de investimento que apresenta um rendimento previsível e constante. No entanto, como já dissemos em outro artigo, a renda fixa pode variar e muito, inclusive trazer prejuízos aos investidores mais desavisados. Veja a seguir os índices calculados pela Anbima e como são compostos:

Gráfico de barras vermelhas com barras aumentando de tamanho da esquerda para a direita com uma seta azul apontando para cima em para a direita na parte de cima.

Índices gerais

Há dois tipos de índices gerais calculados pela Anbima: O primeiro é o Índice Mercado Anbima Geral (IMA-Geral). Reúne todos os títulos públicos federais com prazo de vencimento superior a um mês. O rebalanceamento da carteira é feito a cada 15 dias.

Além do IMA-Geral, há também o IMA-Geral ex-C, que exclui do cálculo os papéis indexados ao IGP-M. Esses papéis eram chamados NTN-C (Notas do Tesouro Nacional – Série C ou Tesouro IGP-M +). Essa série de títulos não é mais oferecida pelo governo, tendo sido substituída pelas NTN-B (Notas do Tesouro Nacional – Série B ou Tesouro IPCA+).

Os papéis da série C são indexados pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado). Já os papéis da série B são indexados pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Ambos são índices que têm por objetivo medir a inflação (ou mesmo a deflação, dependendo do caso), mas enquanto o IGP-M mede a variação dos preços em todas as etapas da produção, o IPCA considera apenas a variação para o consumidor final.

Índices dos títulos prefixados

Há quatro índices que contemplam apenas títulos prefixados. O primeiro deles é o IRF-M, formado por todos os títulos públicos prefixados com vencimento superior a um mês. Esses títulos também são conhecidos como LTNs (Letras do Tesouro Nacional ou Tesouro Prefixado) e NTN-Fs (Notas do Tesouro Nacional – Série F ou Tesouro Prefixado com Juros Semestrais).

Derivados do IRF-M, há o IRF-M 1 e o IRF-M 1+. O primeiro apenas com títulos que apresentam prazo de vencimento inferior a um ano e o segundo apenas com os que têm prazo de vencimento superior a esse período. Também derivado do IRF-M, há o IRF-M P2. Esse índice também é composto por títulos públicos prefixados, mas com Prazo Médio de Repactuação superior a dois anos. Ou seja, a média ponderada dos vencimentos dos títulos presentes neste índice deverá sempre ser de, no mínimo, dois anos.

Esse último índice foi criado devido à tributação dos ETFs (Exchange Traded Funds) de renda fixa. Enquanto nos fundos tradicionais a cobrança do imposto de renda depende do tempo que o cotista mantém o recurso aplicado, para os ETFs de renda fixa a cobrança é baseada no prazo médio de vencimento dos ativos. A menor alíquota é para o prazo superior a 720 dias, portanto, se o fundo replicar integralmente a carteira, garantirá essa menor tributação.

Índices de títulos indexados à inflação

Da mesma forma que para os títulos prefixados, há quatro subíndices para os que são indexados à inflação. Esses títulos também são chamados de NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional – Série B ou Tesouro IPCA +). O primeiro deles é o IMA-B, composto por todos os títulos indexados à inflação (IPCA).

O IMA-B 5 apresenta o desempenho dos títulos públicos indexados ao IPCA com vencimento em até 5 anos. Por outro lado, o IMA-B 5+ apresenta o desempenho desse mesmo tipo de título, só que com vencimento superior a 5 anos. Já o IMA-B 5 P2 é semelhante ao IMA-B 5, mas com o mesmo mecanismo de controle de prazo aplicado ao IRF-M P2, ou seja, com prazo médio superior a dois anos. Também foi criado para atender aos ETFs de renda fixa.

Índice de títulos pós-fixados

Por fim, o IMA-S reflete o desempenho dos títulos atrelados à taxa básica de juros (Selic), também conhecidos como LFTs (Letras Financeiras do Tesouro ou Tesouro Selic). É o menos volátil de todos os índices, uma vez que apenas acompanha a variação da taxa básica de juros. Assim como para os demais subíndices, a atualização é feita mensalmente.

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