FinançasRenda Variável

Quais são os principais índices da renda variável no Brasil

A B3 (bolsa de valores brasileira) calcula diariamente uma série de índices que buscam refletir o desempenho do mercado financeiro em geral ou de segmentos específicos. Esses índices são utilizados para ter uma ideia de como o mercado ou determinadas classes de ativos se comportam em determinado período.

Há muitos investimentos inspirados por esses índices, como alguns ETFs (Exchange Traded Funds) e fundos indexados, cujas composições refletem as de alguns deles. Também servem como referência na hora de avaliar a performance de determinados investimentos. Se você vai investir em um fundo de ações, por exemplo, você espera que ele seja capaz de superar a valorização do Ibovespa no longo prazo.

Para que você não fique perdido no meio de tantas opções, trouxemos alguns dos principais índices medidos pela B3. Poderão ser úteis na hora de avaliar a pertinência de realizar algum investimento ou mesmo como alerta para não cair em alguma cilada.

Imagem azulada com vários números e percentuais.

Ibovespa (IBOV)

É o principal indicador de desempenho das ações brasileiras. Sua proposta é medir o desempenho das ações mais negociadas na B3. Os ativos que compõem a carteira teórica do Ibovespa correspondem a cerca de 80% do número de negócios e do volume financeiro do mercado de capitais brasileiro.

A B3 possui uma metodologia própria para calcular o Ibovespa. Para fazer parte do índice, as ações ou units (conjuntos de ações) precisam ter sido negociadas em pelo menos 95% dos pregões do último ano e representar pelo menos 0,1% do volume total negociado no período. Empresas em recuperação judicial e com cotação média inferior a R$ 1 (penny stocks) não podem entrar no índice.

Cada empresa representa um percentual específico do índice, de acordo com os critérios mencionados acima. Para chegar à pontuação final, somam-se as cotações de todos os ativos que compõem a carteira multiplicando-as pelos respectivos percentuais. O rebalanceamento é feito a cada quatro meses. A composição da carteira pode ser consultada no site da B3.

Índice Brasil 50 (IBrX 50) e Índice Brasil 100 (IBrX 100)

Representam, respectivamente, os desempenhos médios dos 50 e dos 100 ativos mais negociados e representativos do mercado de ações brasileiro. Ambos seguem os critérios de exclusão do Ibovespa e também são rebalanceados a cada quatro meses.

Índices Small (SMLL) e Mid Large Caps (MLCX)

O índice Small Caps (SMLL) representa as empresas com baixa capitalização, se comparadas com as grandes do Ibovespa. Para fazer parte desse índice, as empresas devem estar fora da lista das que representam 85% do valor de mercado de todas as empresas listadas na bolsa. Além disso, precisam estar entre as 99% mais negociadas. Ao contrário do SMLL, o Índice MidLarge Caps representa as companhias com maior capitalização da bolsa brasileira.

Índice Dividendos (IDIV)

Essa carteira teórica é inspirada no desempenho médio das cotações de ativos bons pagadores de dividendos e de juros sobre capital próprio. Para participar dessa carteira, os ativos deverão estar entre os 33% com maior dividend yeld nos últimos três anos. O dividend yeld é quanto a distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio corresponde percentualmente em relação ao preço da ação. Por exemplo, se uma ação custa R$ 10 e distribuiu R$ 1 em dividendos, o dividend yeld é de 10%. Além disso, precisa ter distribuído proventos em todos os três últimos anos.

Índices de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX e IFIX L)

O IFIX tem a intenção de apresentar o desempenho médio das cotações dos fundos imobiliários negociados na B3. É mais ou menos o correspondente do Ibovespa para fundos imobiliários. Além do IFIX há também o IFIX L, que representa apenas os fundos imobiliários com maior liquidez.

Índices de Segmento e Setoriais

Há alguns índices que refletem o desempenho de ações que atuam em setores ou segmentos específicos da economia. O Índice de Materiais Básicos (IMAT), por exemplo, busca refletir o desempenho de ativos ligados à fabricação de matérias-primas, tais como como papel, mineração, siderurgia etc.

Também há índices que incluem exclusivamente papéis relacionados ao agronegócio (IAGRO), ao mercado financeiro (IFNC), ao consumo (ICON), à energia elétrica (IEE), à indústria (INDX), ao mercado imobiliário (IMOB) e a empresas que prestam serviços de utilidade pública (UTIL).

Não necessariamente os índices são compostos por ações. Também é possível encontrar índices de commodities como o ICB, que junta as negociações de milho, soja, café etc. Há também índices mais específicos como o Futuro de Boi Gordo (IFBOI) e o Futuro de Milho (IFMILHO). Outro índice não relacionado a ações é o de Crédito de Descarbonização (ICBIO), que reflete as negociações de CBIOs (créditos de descarbonização).

Outros índices

Além dos índices apresentados, há também índices de governança e sustentabilidade, entre outros. A relação completa com as composições pode ser consultada no site da B3.

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