Finanças

Como desenvolver uma mentalidade de investidor

Toda longa caminhada começa com um primeiro passo e é importante ter em mente que entrar no mundo dos investimentos não é para os afobados. Warren Buffet, um dos maiores investidores de todos os tempos, que hoje possui um patrimônio estimado em mais de U$ 90 bilhões, afirma que o mercado é um dispositivo para transferir dinheiro dos impacientes para os pacientes.

Mas, obviamente, apenas ter paciência não é suficiente para tornar alguém um bom investidor. Há uma série de características que a pessoa precisa ter ou desenvolver para tornar-se um investidor de sucesso. Para investir bem é importante desenvolver uma mentalidade de investidor. Mas o que seria isso?

No Brasil, temos uma mentalidade muito voltada para o consumo e pouco voltada para a poupança. É comum ver pessoas endividadas, enroladas com empréstimos e ostentando um padrão de vida mais alto do que podem sustentar. Isso é exatamente o oposto da mentalidade do investidor e o motivo de muitos permanecerem na pobreza sem perspectiva de melhora.

Desenho de homem de negócios com várias lâmpadas acesas sobre a cabeça e dois sacos de dinheiro em cada um dos lados.

Mas é preciso ser rico para investir?

Antes de mais nada, é importante desmistificar algumas ideias erradas que são comumente associadas aos investimentos. Uma delas é de que é necessário ser rico para começar a investir. Também não é preciso ser economista ou ter qualquer tipo de certificação em finanças para isso (embora, sem dúvida, isso possa ajudar bastante).

Outro pensamento comum é que é muito difícil ou arriscado. Muitos dizem inclusive que é uma espécie de cassino ou loteria, onde inevitavelmente se perderá dinheiro. É claro que é preciso tomar cuidado com alguns golpes e, se algo parecer bom demais para ser verdade, desconfie. Mas com um pouco de conhecimento vai ficando cada vez mais fácil distinguir o que é uma boa oportunidade e o que é apenas uma cilada.

O que é necessário para ser um bom investidor

Para ser um bom investidor, é necessário estar disposto a abrir mão de usar o dinheiro agora para obter mais no futuro. Mas além disso, é preciso saber quais são as possibilidades de investimento existentes no momento e avaliar se, de fato, podem trazer bons retornos. Escolhas erradas podem inclusive trazer grandes prejuízos, mesmo nas aplicações ditas “conservadoras”.

Se você chegou até aqui, já é um bom começo e significa que está disposto a aprender e a conhecer melhor o assunto. Esse é o primeiro passo: ter interesse e disposição para estudar e aprender sempre. O mundo dos investimentos é dinâmico e é necessário estar em constante atualização, acompanhando o cenário nacional e global para poder embasar suas decisões como investidor.

A boa notícia é que investir está ficando cada vez mais acessível para as pessoas físicas. Os produtos disponíveis estão aumentando, as taxas e valores mínimos de aplicação estão caindo, há mais instituições especializadas e mais informações sobre o assunto sendo compartilhadas.

O que é preciso avaliar antes de investir?

Já que estamos falando em aproveitar as oportunidades, é importante também conhecer quais são as possibilidades de aplicação para o dinheiro disponível. Além da tradicional caderneta de poupança e dos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), em geral mais familiares aos brasileiros, que outras opções podem trazer retornos interessantes? Para tomar decisões conscientes sobre os ativos disponíveis, há alguns pontos que precisam ser levados em consideração:

Condições

O que é necessário para acessar determinado investimento? Precisa ter conta em corretora? Há um valor mínimo de aplicação?

Características

A rentabilidade varia de acordo com algum indexador (pós-fixado) ou você já investe sabendo exatamente quanto vai retirar ao final do prazo da aplicação (prefixado)? É mais ou menos volátil, ou seja, o valor tende a variar para cima e para baixo de acordo com as condições do mercado ou tende a se manter estável?

Riscos

O emissor (banco, gestora etc.) é confiável? É coberto pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito)? Quem cuida da gestão?

Retorno esperado

O rendimento cobre a inflação? Rende mais que uma aplicação mais segura?

Tempo (liquidez)

Tem carência? Por quanto tempo o dinheiro terá que ficar aplicado antes que seja possível resgatá-lo? Após a solicitação de resgate, em quanto tempo estará disponível na sua conta? A cobrança de imposto varia de acordo com o tempo de aplicação? Em caso de resgate antecipado tem alguma penalidade?

Custos

Tem taxa de administração? Taxa de carregamento ou saída? Taxa de performance? Cobrança de Imposto de Renda ou Imposto sobre Operações Financeiras? Custo de corretagem?

A parte mais importante

Por fim, o mais importante: colocar em prática. Você só vai aprender de verdade como investir, investindo. Não adianta esperar ter todo o conhecimento disponível para começar a investir porque isso não vai acontecer nunca.

É com os erros e acertos que se aprende e vai desenvolvendo uma espécie de “intuição”. Portanto, é importante botar a mão na massa. Comece com pouco dinheiro, acostume-se com as características de cada ativo e aos poucos vá aumentando a sua exposição e ajustando seu portfólio.

Não existe uma receita pronta para investir e as decisões dependem das características e do momento de vida de cada um, mas desenvolver essas habilidades certamente dará uma vantagem estratégica para aqueles que desejam investir.

Se você está disposto a desbravar esse novo mundo da multiplicação do capital, siga em frente. Acompanhe a nossa série de artigos sobre investimentos e deixe aqui nos comentários as suas dúvidas e sugestões. Você já tem experiência com algum tipo de investimento? Tem alguma recomendação?

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