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Dando os primeiros passos na renda fixa

As aplicações de renda fixa geralmente são a porta de entrada para o mundo dos investimentos. Desde a popular caderneta de poupança até as debêntures, passando por uma verdadeira sopa de letrinhas (CDB, LCA, LCI, CRA, CRI etc.), esse tipo de aplicação promete um rendimento constante e com baixo risco.

Mas será que isso é mesmo verdade? Como entender o perfil de risco e o retorno de cada tipo de investimento? Basicamente os ativos de renda fixa são títulos de dívida, ou seja, o emissor (que pode ser o governo, uma empresa, uma instituição financeira…) pega o dinheiro do investidor emprestado com a promessa de devolver esse valor acrescido de juros em uma data específica.

Para entender melhor como essa remuneração funciona, é importante termos em mente alguns índices de referência. Veja a seguir quais são os principais indexadores:

Desenho de dois bonecos brancos subindo em uma escada formada por um gráfico de barras, na cor verde. O boneco de cima estende a mão para ajudar o de baixo a continuar subindo.

A taxa SELIC

O principal indexador dos ativos de renda fixa é a taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), também conhecida como taxa básica de juros da economia brasileira. A taxa SELIC é basicamente quanto o Tesouro Nacional paga de juros para captar empréstimos por meio de títulos públicos.

Emprestar dinheiro para o governo é considerado o investimento brasileiro mais seguro, já que a dívida será paga em reais e ele tem a prerrogativa de emitir moeda. Ela é definida pelo COPOM (Comitê de Política Monetária) e utilizada geralmente para estimular a economia ou controlar a inflação. Tende a diminuir quando a economia do país está fraca e a aumentar quando a inflação está alta.

Conhecer essa taxa é importante para tomar qualquer decisão de investimento. Atualmente toda pessoa física pode investir em títulos públicos por meio do Tesouro Direto, portanto, qualquer aplicação de renda fixa de outros emissores tem que render, no mínimo, um pouco mais que a taxa SELIC para valer a pena.

O CDI

Muitas aplicações de renda fixa usam como referência o CDI, que é a sigla para Certificado de Depósito Interfinanceiro. Existe uma regulação do Banco Central que obriga as instituições financeiras a fecharem o dia com saldo positivo, portanto, se o número de saques superar o caixa, os bancos precisam pegar empréstimos nas outras instituições. Para isso, eles emitem esse título para realizarem empréstimos entre si por um prazo de 24h.

Para o que interessa ao investidor comum, pode-se considerar o rendimento atrelado ao CDI similar ao atrelado à taxa SELIC, pois eles andam juntos (o rendimento do CDI na verdade é um pouco inferior, mas não é uma diferença muito significativa).

O IPCA

É o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, medido mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ele mede as variações de preços ao consumidor final em todo o país e por isso é considerado o termômetro oficial da inflação no Brasil.

Em geral, os títulos de renda fixa podem ter três tipos de rendimentos: prefixados, pós-fixados e indexados à inflação. Veja como funciona cada um deles:

Prefixados

São corrigidos por uma taxa de juros predeterminada, portanto, quando você o adquire já sabe exatamente quanto vai receber no vencimento. Por exemplo, se você compra um título que custa R$ 1.000 com juros de 10% ao ano e vencimento em um ano, já sabe de antemão que, se carregar o título até o vencimento, receberá R$ 1.100 nessa data.

Pós-fixados

São títulos que geralmente rendem em função da taxa SELIC (ou do CDI). Como a taxa varia ao longo do tempo, não é possível saber exatamente quanto o título irá render, pois vai depender da política monetária nacional. Podem ter o rendimento igual à taxa de referência ou um percentual maior ou menor (por exemplo, 97% do CDI, 70% da SELIC, 107% do CDI etc.).

Indexados à inflação

São investimentos que têm uma parte dos rendimentos prefixada e uma parte pós-fixada. A parte pós-fixada é atrelada a algum índice de inflação, geralmente o IPCA. A parte prefixada é um acréscimo à correção da inflação, portanto, esse tipo de título garante uma rentabilidade real. Por exemplo, se você compra um título de R$ 1.000 com rendimento igual a IPCA mais 5% com vencimento de um ano e, ao final do período, o IPCA medido foi de 5%, a rentabilidade total do título será de 10% e o título valerá R$ 1.100.

Os títulos de renda fixa podem pagar cupom de juros, ou seja, adiantar o pagamento dos juros com uma determinada periodicidade (mensal, semestral etc.) ou amortizar uma parte do pagamento com antecedência (um ano antes do vencimento, por exemplo). Também podem sofrer incidência de imposto de renda ou ter isenção. Outro ponto a ser considerado é a liquidez, ou seja, quanto tempo após a compra do título será possível resgatá-lo? Tem algum tipo de carência? Há penalidades caso o resgate seja antecipado?

Na hora de escolher em que investir é importante levar em consideração todas essas características para fazer uma boa análise. Você já investe em alguma aplicação de renda fixa? Está acompanhando nossa série de artigos sobre investimentos? Ficou com alguma dúvida? Deixe aqui nos comentários.

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