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Como escolher um fundo de investimento?

Você já sabe o que são os fundos de investimento e as principais características de cada um. Mas como escolher um bom fundo para investir? Apresentaremos aqui algumas dicas básicas sobre como decidir se vale ou não a pena investir em um determinado fundo. Como tudo nessa vida, precisamos avaliar a viabilidade e a adequação dos fundos de investimento à nossa realidade.

Ao avaliar o investimento em um fundo, basicamente é importante saber quais são as barreiras de acesso, os custos envolvidos, quem são os responsáveis pela gestão, entre outros fatores.

Então, se você decidir usar por conta própria essa via para realizar seus investimentos ou está considerando alguma indicação do seu gerente de banco ou assessor de investimento, seguem alguns pontos que deverão ser observados:

Várias portas, uma ao lado da outra.

Barreiras de acesso

De forma bem prática, independentemente do tipo de fundo que está sendo avaliado, as primeiras coisas que deverá considerar são:

– O fundo encontra-se aberto?

– Quais são as barreiras de acesso?

– A liquidez é adequada aos meus objetivos?

Investimento mínimo inicial

Afinal, não adianta encontrar um fundo maravilhoso se ele não aceita novos investimentos ou se você não tem grana suficiente para investir nele. Há muitos fundos com aplicações iniciais altas (acima de R$ 100 mil, por exemplo) ou disponíveis apenas para investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão investido em ativos financeiros). Além disso, caso a intenção seja realizar aportes periódicos, é importante observar também o valor mínimo para aportes adicionais.

Há algumas plataformas que consideram o investimento total custodiado na instituição financeira para garantir o acesso a alguns fundos com aplicação mínima menor. Seu banco ou corretora pode, por exemplo, considerar a soma de todos os investimentos no banco (que podem ser poupança, CDB, ações, Tesouro Direto etc.) como critério para acessar alguns tipos de fundo. Isso permite, por exemplo, aplicar apenas R$ 10 mil (ou até menos) em um fundo cuja aplicação inicial mínima seria de R$ 50 mil caso você tenha esse valor investido em outros produtos no banco.

Fundos fechados para novos aportes

Também pode acontecer de um fundo fechar temporariamente por ter atingido sua capacidade máxima. É comum isso acontecer para que a estratégia do fundo não seja afetada e não prejudique os cotistas. A partir de um determinado tamanho pode acontecer de a própria movimentação de um fundo ao sair e entrar em determinados ativos acabar influenciado no valor de negociação. Portanto, é prudente que o gestor estabeleça um limite de patrimônio máximo que o fundo pode gerir.

Prazo para resgate

Por fim, caso você esteja apto a aplicar no fundo escolhido e ele esteja aceitando novas aplicações, verifique se há carência para resgate e se você está disposto a aceitá-la. Fundos DI normalmente permitem o resgate no mesmo dia. Para os outros tipos de fundo, é bom que haja uma carência para que o gestor possa avaliar a melhor forma de disponibilizar o dinheiro quando solicitado. Caso não haja essa carência, há um risco de o gestor ter que vender às pressas algum ativo em um mau momento. Se houver uma demanda grande por resgates, e isso poderá trazer grandes prejuízos.

Portanto, entenda que a carência é importante por questões de segurança, mas avalie se poderá esperar caso necessite do dinheiro. Alguns permitem antecipar o resgate mediante o pagamento de uma taxa, mas obviamente o ideal é ter condições de esperar o prazo estabelecido.

Quanto custa?

O próximo critério de análise é o custo de manter o dinheiro aplicado no fundo. Qual a taxa de administração? Tem taxa de performance? Cobra alguma outra taxa (carregamento, saída etc.)?

Fundos passivos e cambiais

Para os fundos passivos, que apenas replicam algum índice, o critério mais importante deve ser o custo. Nesse caso a atuação do gestor não vai fazer tanta diferença. Não faz sentido, por exemplo, um fundo DI que invista somente em títulos públicos atrelados à Selic cobrar uma taxa de administração alta. Atualmente há várias opções de fundos DI com taxa zero, o que os torna mais atrativos até que a aplicação no próprio Tesouro Direto no caso de valores superiores a R$ 10 mil.

O mesmo raciocínio serve para os fundos cambiais que apenas acompanham a variação de determinada moeda, embora sejam um pouco mais complexos que os fundos DI. É possível encontrar bons fundos de dólar, por exemplo, com taxas de administração de 0,05%.

Fundos de ações e multimercados

No caso dos fundos ativos de ações e multimercados, é bastante comum encontrar taxas de administração de 2% e taxa de performance de 20% sobre o retorno que exceder o índice de referência (o Ibovespa para os fundos de ações e o CDI para os multimercados). É claro que pode haver fundos ativos de ações e multimercados bons com taxas maiores ou menores do que essa, mas é um bom ponto de referência para o início da análise. Se vai valer a pena ou não investir neles vai depender dos próximo pontos que iremos abordar. Além disso, é importante considerar a tributação que incide sobre cada tipo de fundo.

Confiança nos gestores

De maneira especial para os fundos ativos de ações e os multimercados, a figura do gestor é muito importante. É ele que ficará responsável por definir as estratégias adotadas pelo fundo que farão você ganhar ou perder dinheiro. Por isso, é importante escolher algum no qual você confie que fará um bom trabalho. Por isso, antes de decidir por investir em um fundo, vale pesquisar para conhecer um pouco do histórico do gestor e sua experiência no mercado financeiro.

Análise do desempenho do fundo

Este item é importante especialmente para o caso dos fundos ativos de ações e multimercados. Tenha sempre em mente que esses devem ser investimentos de longo prazo. As aplicações em fundos multimercado devem ter um horizonte temporal de, pelo menos, dois ou três anos e os de ações de pelo menos três a cinco anos. Se você pretende investir nesses tipos de fundos, prepare-se para deixar o seu dinheiro lá, no mínimo, durante esse tempo.

Então, se for possível, tente dar uma pesquisada no histórico do fundo em períodos mais longos e em diferentes janelas de tempo. Lembrando que mesmo que em janelas curtas de tempo os fundos apresentem desempenho inferior ao seu índice de referência, o que conta é o retorno no longo prazo, conforme o tempo mencionado acima para cada tipo de fundo.

E atenção! Os rankings anuais de fundos com melhores retornos podem ser uma verdadeira armadilha. O fato de ter ido bem em um determinado ano não significa que irá bem no próximo. Aliás, pode significar exatamente o contrário, uma vez que as teses de investimento costumam demorar mais tempo para se concretizarem. Muitas vezes vai valer mais a pena investir em fundos que não foram bem em um determinado ano, pois as cotas estarão mais baratas e com maior potencial de valorização.

Análise de riscos

O primeiro passo para analisar os riscos de investir em um fundo é ler atentamente a lâmina do fundo. Nela, há informações importantes como a o tipo de fundo, a taxa de administração cobrada e a carência para resgate. Normalmente apresentam também algum tipo de classificação de risco, que pode servir como primeiro passo para entender se está de acordo com o seu perfil. Lembrando que risco aqui não é necessariamente algo ruim, apenas que você deverá estar consciente e preparado para as possíveis variações que o fundo irá apresentar.

Além da lâmina, é possível consultar no site da CVM informações sobre os fundos como a composição da carteira, patrimônio líquido, número de cotistas, entre outras. Dessa forma é possível ter uma noção da filosofia de investimento e dos tipos de risco que você está correndo, avaliando se o fundo está mais posicionado em ações, títulos públicos, crédito privado ou outros ativos. Lembrando que pode haver uma defasagem na divulgação dessas informações de até 6 meses.

Você não deve se preocupar tanto em relação à estabilidade financeira do distribuidor (corretora, banco etc.) onde você irá adquirir o produto, pois ele funciona como um supermercado. A partir do momento em que você compra algo, mesmo que o supermercado quebre, o produto continua sendo seu. A preocupação maior deverá ser com o custodiante, que é onde o dinheiro fica guardado, mas ainda assim, caso haja algum problema, é possível trocá-lo.

Transparência

A transparência também é um ponto importante na hora de fazer a análise. Alguns gestores divulgam cartas aos seus cotistas para explicar suas teses de investimento e justificar eventuais erros e acertos. Isso ajuda bastante a avaliar se faz sentido para você investir naquele fundo. Se há um site com informações para os cotistas, como é feita a divulgação dos dados, como é o atendimento ao cliente e outros pontos também servem para verificar se o fundo tem uma gestão transparente na qual se pode confiar.

Esses são alguns pontos importantes que poderão te ajudar a não cair em roubadas na hora de investir em um fundo. Claro que é possível fazer análises muito mais aprofundadas, mas com essa avaliação básica você reduzirá bastante a chance de se fazer um mau investimento e se arrepender depois.

Você usa algum outro critério na hora de escolher o fundo onde irá investir? Conta aqui nos comentários.

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