O que você precisa saber antes de investir em títulos públicos
Para a pessoa física avaliar qualquer produto de renda fixa, a principal referência é o Tesouro Direto, que é o investimento considerado mais seguro, por ser garantido pelo governo brasileiro. Caso as condições dos outros produtos não sejam mais favoráveis que as oferecidas pelos títulos do Tesouro Direto, não valerá a pena o investimento e o melhor a se fazer é adquirir um título público.
O limite máximo para aplicações é de R$ 1 milhão por mês e o Tesouro Nacional garante o resgate diário dos títulos negociados por meio do Tesouro Direto. Se você solicitar o resgate em dias úteis até às 13h, o dinheiro estará disponível para a instituição financeira que o custodia a partir das 13h do mesmo dia. Se for após esse horário, ou em finais de semana e feriados, estará disponível no dia útil seguinte a partir das 13h. Geralmente as instituições financeiras disponibilizam o dinheiro ao cliente no mesmo dia, mas algumas podem não repassar imediatamente.
Não é necessário muito dinheiro para investir no Tesouro Direto. Em teoria, a partir de R$ 30 você já pode realizar uma compra. Na prática, embora não seja necessário comprar um título inteiro, é preciso comprar no mínimo uma fração de um centésimo (0,01), o que quase sempre vai custar um pouco mais do que R$ 30. Então, se um título custa, por exemplo, R$ 4.000, o valor mínimo de investimento nesse título é de R$ 40.
Quais as características de cada título?
O Tesouro Direto oferece três tipos de títulos: prefixados, pós-fixados e atrelados à inflação. Entre estes dois últimos ainda existe uma subdivisão entre os que pagam juros semestrais e os que não pagam. Em geral, é possível encontrar valores mínimos entre R$ 30 e R$ 50 para os prefixados e indexados e por volta de R$ 120 para o Tesouro Selic.
Tesouro Selic
É um título pós fixado, que rende de acordo com a taxa SELIC efetiva em vigor (que fica um pouco abaixo da SELIC meta, cerca de 0,1%). Não é possível saber exatamente quanto valerá no vencimento porque a taxa SELIC varia de acordo com as decisões do COPOM (Comitê de Política Monetária).
É considerado o mais conservador entre os títulos públicos, pois sempre terá rendimento nominal positivo em relação ao valor investido. O principal risco é a taxa SELIC ficar abaixo da inflação, mas é raro isso acontecer, já que a tendência é ela aumentar em cenário de inflação alta.
Outro ponto a ser considerado é que, embora o Tesouro Direto garanta a recompra diariamente, existe uma pequena diferença (spread) entre os preços de compra e os preços de venda dos títulos, portanto é possível ter pequenos prejuízos caso seja necessário vender esse título poucos dias após a compra.
Tesouro Prefixado
Quando você compra esse título, já sabe exatamente quanto irá render, caso seja mantido até o vencimento. É o título público mais arriscado, pois pode render menos que a inflação do período e, se for resgatado antecipadamente, pode ter um valor inferior ao montante aplicado inicialmente. Por outro lado, é o que geralmente apresenta maior potencial de retorno.
Tesouro Prefixado com juros semestrais
Segue a mesma lógica do Tesouro Prefixado, mas a cada semestre paga o valor correspondente aos juros da aplicação. É um pouco menos arriscado que o prefixado simples porque você já recebe os rendimentos ao longo do tempo, mas rende menos por dois motivos:
1 – Como o imposto de renda é regressivo (começa em 22,5% e chega em 15% após dois anos), você terá que pagar alíquotas maiores sobre os valores recebidos nos pagamentos de juros durante os dois primeiros anos;
2 – Como você receberá o valor referente aos juros do período, este valor será abatido do cálculo da rentabilidade final, que renderia juros compostos até a data de vencimento.
Tesouro IPCA+
Paga uma taxa prefixada mais a inflação do período medida pelo IPCA (Ìndice de Preços ao Consumidor Amplo). Pode ser considerado o título mais seguro caso seja mantido até o vencimento, pois conta com proteção contra a perda de valor do dinheiro e garante rentabilidade real (acima da inflação). No entanto, também pode causar prejuízo caso seja vendido antes do vencimento.
Tesouro IPCA+ com juros semestrais
Segue a mesma lógica do Tesouro IPCA+, com a diferença que paga juros semestrais. Também rende um pouco menos pelos mesmos motivos que o Tesouro Prefixado com juros semestrais em relação ao Tesouro Prefixado.
A relação completa dos títulos disponíveis para compra, as respectivas taxas e vencimentos, bem como as aplicações mínimas podem ser consultadas em:
https://www.tesourodireto.com.br/titulos/precos-e-taxas.htm
Custos
Os títulos do Tesouro Direto sofrem cobrança regressiva de Imposto de Renda, que inicia em 22,5% e chega em 15% em aplicações com mais de 720 dias. O imposto é cobrado automaticamente no momento do resgate ou do pagamento dos cupons semestrais. Também há cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre os rendimentos em resgates realizados nos primeiros 30 dias após a aplicação. A alíquota começa em 96% e vai caindo até chegar em zero.
Além disso, a B3 (bolsa de valores) cobra uma taxa de custódia anual de 0,2% sobre o valor aplicado, proporcional ao tempo de aplicação. No caso do Tesouro Selic, há isenção para aplicações de até R$ 10 mil por CPF. Alguns agentes de custódia (bancos ou corretoras) também podem cobrar uma taxa de administração, mas atualmente a maioria isenta os clientes dessa taxa.
Você pode consultar informações sobre a taxa de custódia do Tesouro Direto em:
https://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/tarifas/tarifas-de-tesouro-direto/
Você pode consultar informações sobre as taxas de custódia praticadas por bancos e corretoras para aplicações no Terouro Direto em:
https://www.tesourodireto.com.br/conheca/bancos-e-corretoras.htm
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