Finanças

Como montar uma carteira básica de investimentos

Você já entendeu como funcionam os títulos públicos e privados da renda fixa, a renda variável, as proteções da carteira e o que é uma reserva de emergência. No entanto, ainda não sabe bem como construir um portfólio equilibrado com essas informações. Nesse artigo, iremos apresentar uma sugestão de carteira básica e quais os instrumentos mais adequados para alguém iniciante no mundo dos investimentos.

Se você for mais conservador(a), pode ficar um pouco receoso(a) de investir em determinados ativos. No entanto, o maior risco é o de não fazer nada. Portanto, as sugestões que apresentaremos aqui serão úteis principalmente para que você entenda a lógica por trás de uma carteira de investimentos e faça seus próprios ajustes. Isso também vai depender do momento de vida de cada um.

Não recomendaremos nenhum ativo ou instituição financeira específicos para realizar as operações. Nesse primeiro momento você pode procurar o que for mais fácil para você executar. O mais importante é começar. Procure as opções disponíveis dentro do próprio banco ou corretora onde você já tem conta, sem se preocupar tanto com taxas e em encontrar a melhor ferramenta possível. Com o tempo, conforme você entenda o funcionamento de cada uma, poderá fazer os ajustes necessários para aumentar a eficiência dos seus investimentos.

carteira amarela com duas notas verdes dentro.

Saúde financeira

Atenção! Aqui vai um aviso importante. Não execute essas sugestões se você estiver com dívidas e menos ainda pegue empréstimos para isso! Não faz sentido você investir em um ativo que rende 1% ao mês enquanto paga 3% ao mês ou mais para uma financeira. Se for esse o seu caso, primeiro busque renegociar suas dívidas e quitá-las. Somente em seguida parta para o mundo dos investimentos.

Estando com as contas em dia, separe já uma parte do que você receber para investir. Não espere sobrar dinheiro, porque isso provavelmente não acontecerá. Priorize deixar uma parte destinada especificamente para esse fim e ajuste as suas despesas ao que sobrar.

Iremos apresentar uma sugestão de carteira montada com um valor fictício de R$ 10 mil reais. Caso você tenha menos do que isso disponível, ajuste à sua realidade ou vá montando aos poucos, seguindo a ordem apresentada aqui. Se tiver mais, deixe o excedente guardado em uma aplicação conservadora de renda fixa com boa liquidez até se sentir mais familiarizado(a) com o mundo dos investimentos.

Renda fixa

A maior parte desse dinheiro deverá ser alocada em renda fixa, aproximadamente 60% do total. A metade disso (R$ 3.000) em algum investimento atrelado ao CDI ou à Selic. Aqui pode ser um fundo DI, o título Tesouro Selic ou até mesmo um CDB rendendo pelo menos 100% do CDI com liquidez diária. Lembre-se, a intenção não é avaliar minuciosamente os prós e contras de cada investimento, apenas dar os primeiros passos. Então não se preocupe demais em escolher a melhor opção possível, procure o que for mais prático para você.

Para os R$ 3.000 restantes, aplique R$ 2.000 em algum investimento atrelado à inflação (IPCA). Pode ser um título do Tesouro Direto (Tesouro IPCA+) ou um CDB que tenha um rendimento acima da inflação. Pode ser algum outro título privado também (CRI, CRA etc.), desde que o rendimento seja indexado ao IPCA. Aqui só verifique qual é a liquidez do ativo. Alguns títulos privados só permitem o resgate no vencimento, que pode demorar vários anos. O ideal nesse momento é que seja um título com vencimento, no máximo, em um ano.

Para os R$ 1.000 restantes procure algum título prefixado. Pode ser o do próprio Tesouro Direto ou algum título privado. Vale o mesmo raciocínio, procure algum que não tenha o vencimento muito distante, mesmo que o rendimento seja menor.

Renda Variável

Dos R$ 4 mil restantes, vamos separar R$ 3 mil para investir em ações. Para ter uma exposição mais geral e com alguma diversificação, procure um ETF ou fundo que replique o desempenho do Ibovespa e aplique R$ 2 mil. Se não quiser abrir conta em uma corretora e o seu banco não disponibilizar nenhum fundo atrelado ao Ibovespa, veja algum fundo de ações que considere interessante para investir.

Com os outros R$ 1.000 compre um ETF de small caps ou invista em algum fundo que replique o índice SMLL. Mais uma vez, caso não encontre, busque simplesmente um fundo especializado em small caps. Aqui a possibilidade de perder parte do dinheiro investido é bem grande, então esteja consciente que isso poderá acontecer. Caso não se sinta confortável, aplique no mesmo lugar onde investiu os outros R$ 2 mil destinados a renda variável. De qualquer forma há possibilidade de perder dinheiro, mas a tendência é oscilar menos que os fundos de small caps.

Seguros

Por fim, pegue os R$ 1.000 restantes e aplique em um fundo de ouro com exposição ao dólar. Caso não o encontre, invista em algum fundo cambial que esteja disponível. Assim você completa a sua carteira e poderá ter uma noção geral de como funcionam as principais classes de ativos nas quais você pode investir.

É claro que existem muitas outras possibilidades de investimentos e a cada dia surgem mais. No entanto, para quem está iniciando, é bom começar pelo básico. Conforme você se sinta mais seguro, poderá conhecer e estudar melhor outras formas de investir, tendo condições de avaliar se são adequadas ou não para você.

O que você achou da nossa sugestão de carteira? Mudaria alguma coisa? Conta aqui nos comentários.

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